terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Bandas Novas: Fantasmafoto



Eis que os amigos d'O Pasquindie me mandaram uma indicação que havia chegado para eles. Disseram que era um som que acharam interessante, mas que não tinha a cara do blog zueiro deles, e mas a do Indie Shoe, que tem seus sons mais estranhos (nem tanto, vai). Resolvi ouvi, e concordei, o som é realmente bom. 

Trata-se do projeto Fantasmafoto do sergipano Duclerc Chaves. 

Com o primeiro LP lançado em Novembro passado, o produtor mostra nas 8 faixas, que se encontram no disco de mesmo nome do projeto, os primeiros passos de quem está mergulhando no Dark Ambient. 

Com nuances introspectivos e uma atmosfera minimalista e escura, as músicas - todas instrumentais - de Fantasmafoto algumas vezes se mostra muito boas, e outras um pouco repetitivas. É claro que se sabe que a repetição é comum dentro do estilo, sendo tal efeito o responsável pelo clima de hipnose tão comum neste tipo de música. Entretanto notamos aqui e ali um pouco de demasia nessa repetição, e muitas vezes com frases muito boas, e que se fossem utilizadas com menos loopings resultariam em músicas mais soltas e de um resultado mais cativante. Porém, no geral, vemos qualidade e intimidade com o estilo por parte do produtor, o que só faz crer que os próximos trabalhos serão ainda melhor elaborados, visto esse primeiro passo bem dado.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Bandas Novas: E a terra nunca me pareceu tão distante



Lucas, Luden, Marcelo e Rafael. Um de cada canto da cidade de São Paulo. Junto formam a E a terra nunca me parece tão distante, banda que, como eles mesmo colocaram em sua página oficial, possui "singelos" nomes como referências para seu som, como Explosions in the Sky, Mogwai,  Godspeed You! Black Emperor e as também ótimas, e nacionais, Hurtmold e Constantina. A banda possui por enquanto apenas um EP, com título homônimo à banda, mas com apenas 4 faixas já nos mostra que sabe fazer música de gente grande.

Como pode ser percebidos pelas influcências do quarteto, o estilo do som é o Post-Rock. Entretanto, ha um toque especial nessa viagem instrumental do grupo: o Emo noventista. Para aqueles que conhecem a, "segunda onda" do Emo (sendo a primeira vinda diretamente do Hardcore a partir da metade dos anos 80), as bandas Emo dos anos 90 tinham um apego mais intimista e pouco extravasante como faziam as da primeira onda. Assim, somando esse amargo tímido e levemente exteriorizado em meio às belíssimas composições que o Post-Rock nos proporciona, a E a terra nunca me pareceu tão distante te transporta para longe em meio às suas faixas de longa duração, longa busca dentro de sim quase que a níveis de arrebatamento.

Indispensável para quem gosta de ouvir música com a alma.

(A propósito, a banda se apresenta HOJE (09/01) no Espaço Cultural Walden, em São Paulo. Confira o evento)

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Etcéteras: Leo Lazzaro - Saiam Já do Meu Pântano



Confesso que eu particularmente não sou fã de muitas das coisas que aparecem como experimentalismo. Uso de instrumentos totalmente fora do convencional, compassos malucões com ruídos, vocalizações, glossolalias entre outros elementos. Entretanto, algumas obras experimentais chegam a me fazer a levantar as duas sobrancelhas. 

Esses dias chegou em mim mão (figuralmente falando) um EP de sete faixas e com pouco mais de dez minutos de duração. Paulistano de 22 anos, Leo Lazzaro fez este projeto em uma tarde, mas com o auxílio de letras produzidas por seu "affair" (como foi passado no realease) Lulu Carvalho, que também teve o mesmo tempo de elaboração das poesias. 

Quase que eu sua totalidade poetizado, o projeto, que ganhou o nome de Saiam Já do Meu Pântano, traz uma experimentação que conversa com a psicodelia em acordes de gaita, de um violão desafinado e efeitos de vozes computadorizados e samples. No EP, Leo fala sobre a fuga dos esteriótipos como a busca por um trabalho e a obrigação da ingresso no estudo superior, o amor por carros antigos e sobre seu visão não favorável ao modelo burguês de família.

Com um clima que transita entre um clima sessentista de psicodelia de rua e alguns momentos de uma ambientação dark, a instrumentalização despretensiosa e livre somada às boas letras resultam num projeto para não muitos ouvidos, mas que alguns iram apreciar sua cara torta e estranha.


segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Melhores Álbuns de 2013

Final de ano. Hora de fazer os balanços pessoais, ponderações e reflexões. 

E para os amantes de música, isso se estende para elegermos nossas listas, aquelas feitas com os nomes favoritos de escolha pessoal durante o ano que passou. Entretanto, isso é uma decisão difícil, e aqui no Indie Shoe, não foi diferente. Foram escolhidos 25 discos que foram lançados em 2013 e que duelaram na unha, no tapa, cada uam das posições. Muitos ficaram de fora; muitos justamente e outros injustamente. Mas como a vida é feita de escolhas e de cortes na própria carne, esses foram os eleitos, e agora serão apresentados em ordem crescente de posição, sendo o último da lista abaixo o ganhador dos louros. 

#25

AUDAC - AUDAC


Os curitibanos do AUDAC estrearam com seu primeiro disco de longa duração em 2013 e já fizeram muitos voltarem a atenção para seu som. Se já com os singles, que misturavam Post-Punk e Electropop, a banda já dava um apaeritivo de sua qualidade, com o disco homônimo isso foi comprovado.












#24

The History of Apple Pie - Out Of View

De uns tempos para cá, novas bandas vêm repaginando o estilo Shoegaze e seus derivados. Entre elas, temos o The Histoy of Apple Pie que estreou com seu primeiro disco neste ano. A banda traz os tradicionais Fuzz e Reverb, de suas influências do estilo que olha para o próprio pé, com doses cavalares de açúcar. O resultado é um som bem melódico e meloso, mas que vai agradar muitos fãs de um ruído mais fofo. 











#23

Chelsea Wolfe - Pain is Beauty

Eis que Chelsea Wolf está pelo segundo ano seguido na lsita de melhores do ano por aqui. Se ano passado a moça chegou aos selecionáveis com Unknown Rooms: A Collection of Acoustic Songs - seu disco de acústicos -, agora é com um disco híbrido, que oscila entre sua sonoridade antiga - plugada - mas com o sentimento desplugado do ultimo trabalho. Sombrio, amargo, lírico, tocante e cinza, mas repleto de emoção, Pain is Beauty é indicado para os fãs de sons depressivamente bonitos. 









#22

The Sorry Shop - Mnemonic Syncretism

Se o The History of Apple Pie é um representante da nova roupagem do Shoegaze, os gaúchos da The Sorry Shop são os representante da raiz do estilo. Seu segundo disco, Mnemonic Syncretism, produzido de maneira independente, é composto de faixas que farão fãs de My Bloody Valetine, Lush, Slowdive e companhia se sentirem em casa. Boas camadas etéreas de guitarras com vocais sussurados dão um clima sublime mas cheio de ruídos ao mesmo tempo. Uma obra digna de quem entende do que faz.










#21

Vanguart - Muito Mais Que o Amor

Ano passado, o Vanguart nos presenteou com Boa Parte de Mim Vai Embora, um belo disco carregado de sentimentos de pós-trauma de relacionamentos. Este ano, com Muito Mais Que o Amor, a banda usa uma temática mais otimista, com cara de volta por cima dos problemas tematizados do disco anterior. Com letras mais esperançosas, e que demonstram que a "personagem" encontrou um novo caminho amoroso em sua vida, o álbum faz o ouvinte deixar as lágrimas de lado e abrir um leve sorriso de canto de boca.










#20

Beach Fossils - Clash The Truth

O terceiro disco do grupo gerou bastante entusiamo dos fãs até seu lançamento. Após sua chegada aos nossos ouvidos no início deste ano, muitos já davam como um dos discos do ano. Sabendo fazer músicas que misturam bem o Pop - com refrões de fácil absorção, como na faixa título - e o som mais sóbrio - principalmente nas excelentes linhas de baixo, um destaque do disco - , a banda nos trouxe uma obra que se apresentou a mais madura de sua carreira.











#19

CocoRosie - Tales of a Grass Widow

Que o som do CocoRosie é freak todos concordam. Porém alguns o enxerga mal, e o outros bem. Suas experimentações com instrumentos foras do comum, como harpas, percussões alternativas e instrumentos infantis são bem utilizados e geram com as vozes das irmãs uma áurea delicada e poética estranha, torta, mas bela. No novo trabalho, que é composto por duas das que podem ser consideradas uma das melhores da banda - After te Aterlife e Gravediggers - a banda reapresenta sua cara estranha e que encanta a tantos. 









#18

Touhcé Amore - Is Survived By

A vertente raiz do Post-Hardcore e do Emocore tem com a banda californiana seu representante entre um dos melhores discos do ano. Com as gritarias e expressões emocionais apegadas ao tradicionalismo do estilo, ou seja, da maneira mais fiel ao que deve ser, Touché Amore nos presenteia com um disco para expressar as amarguras da vida com boas letras e um instrumental pesado, que fará os fãs dos estilos citados se sentirem de volta para os anos 90, os áureos tempos das gritarias originais. 









#17

Mazzy Star - Seasons Of Your Day

Quando uma referência, mesmo que para um nicho musical, retorna após 17 anos sem material inédito, ele merece nossa atenção. Desde 1996 que o Mazzy Star, ícone do Dream Pop, não trazia um novo disco. Para nossa felicidade, a banda manteve sua característica recheada de psicodelia pop e etérea com as novas faixas. Feito isso, resgatando um som já condecorado, não há como não listá-lo como um dos destaques do ano. 











#16

Yo La Tengo - Fade

Lançado nos primeiros minutos de 2013, Fade logo se tornou um dos nomes reservado nas listas mesmo com o ano inteiro pela frente. E não é pra menos, vindo de cabeças que formam a lendária Yo La Tengo a qualidade só podia ser a esperada, um álbum que mistura faixas que beiram o lúdico e o divertido e outras mais sérias mas que soam com a maior naturalidade. Eles voltaram, e voltaram com uma obra que não deixa a desejar para seus traalhos anteriores. 








#15

Vespas Mandarinas - Animal Nacional

Fazia tempo que não se ouvia um Rock/Pop (nessa ordem) nacional tão bem construído, tanto em letra quanto em melodia. Os paulistas das Vespas Mandarinas estrearam em 2013 com Animal Nacional e em pouco tempo já viraram uma das bandas mais comentadas e tocadas em rádio. O sucesso foi merecido. Música que trabalham poesia urbana e pessoal, temas sociais com a dosagem certa do teor político sem soar extremista, e riffs com a cara do bom e velho rock nacional dos anos 80. Um disco para se cantar junto do começo ao fim a plenos pulmões.










#14

Sebadoh - Defend Youself

Sim, o Sebadoh fez mais um disco que se assemelha a tudo o que eles sempre fizeram. Só que isso é muito bom. Lou Barlow, um dos pilares do Dinosaur Jr., junto com seus companheiros de banda "paralela" voltaram com mais músicas com aquele som noventista que poucas bandas ainda resgatam, e isso faz de Defend Yourself mais uma jóia a se ter consigo. Ainda mais quando se é um nostálgico dessa época. 









#13

Superchunk - I Hate Music

Contemporâneos do Sebadoh, o Superchunk recebe as memas críticas que foram feitas acima. Em mais um álbum que resgata o que é tido como o "tradicional Indie Rock estadunidense ", I Hate Music é bom do início ao fim e traz faixas em que a melodia e intensidade conversam de maneira amigável e dosadas. 













#12

The National - Trouble Will Find Me

O Pot-Punk foi bem representado com o revival feito por Matt Berninger e sua banda. Trouble Will Find Me e sua solidez ganharam boas críticas após seu aguardado lançamento, principalmente pela boa base de fãs que o The National possui. No geral, nada mudou além do que já se ouvia antes com a banda novaiorquina, mas isso não foi de maneira algum um empecilho ou algo negativo. 









#11

Rhye - Woman


Dois mil e treze foi um ano muito bom para o R&B, e a dupla Rhye entra como um dos principais nomes do estilo no ano. Com um aparitivo dado com o EP The Fall, do final de 2012, a expectativa para o disco de estreia era grade. O duo trouxe em Woman o clima sensual e envolvente que tínhamos observado nos singles e cativou muitos ouvidos, que pareciam estar sendo getilmente sussurrados.






#10

Queens of the Stone Age - ...Like Clockwork



Uma coisa que se nota na discografia do Queens of the Stone Ages é como cada disco possui um cara, uma direção tomada. O QOTSA já teve sua fase Stoner, com quase um uso de tacape para tocar as baterias, outra fase com um "quê" garageiro e sujo, e agora com uma cara mais sombria e misteriosa. Além disso, ...Like Clockwork é praticamente um hub de grandes nomes da música. Nele temos, além dos membros do QOTSA, Dave Ghrol de volta às baterias, Alex Turner emprestando sua voz e mãos para as guitarras em duas faixas (mesmo que timidamente em ambas) e Sir Elthon John com voz e piano dando um ar de maestria e honra para a banda e os ouvintes. Uma das obras mais bem elaboradas no quesito letras e melodia pela banda, ...Like Clockwork foi um marco interessante na carreira da banda, que experimentou e acertou.





#09

The Haxan Cloak - Excavation


Perturbador, fúnebre, entorpecente, angustiante, asssutador e sombrio. É de Bobby Krlic, o nome por traz de The Haxan Cloak, um dos discos mais pesados e densos do ano. De audição não muito simples, e para não muitos ouvidos, Excavation é um pérola negra em meio aos lançamentos desse ano carregada de um áurea fria e ao mesmo tempo bonita. Praticamente um filme de terror em forma de música, o disco encanta pela sua tônica devidamente levada para o lado do assustador e sem por menores, como costuma ocorrer com artistas do gênero que buscam tornar o seu som mais amigável. Eis uma obra que mostra a beleza da mais profunda obscuridade, que aqui, é tratada sem muita amenidade. 




#08

Tim Hecker - Virgins


O novo disco do produtor musical canadense Tim Hecker além de ter uma das capas mais bonitas do ano, é uma das obras que neste ano melhor soube tratar do conceito - de interpretação subjetiva - que é o experimentalismo. Pautando-se na Ambient Music e no Drone, Hecker compôs 12 faixas sombrias e obscuras de uma forma quadrada, as que formam Virgins. Em comparação com o que ouvimos em The Haxan Cloak, aqui temos sim uma maneira mais branda do soturno, entretanto se deve as diferentes propostas. Tim é um artista de música eletrônica experimental com seus pés no Drone, e isso faz Virgins soar mais brandamente escuro, mas igualmente bonito e igualmente entorpecente. 





#07

Grouper - The Man Who Died In His Boat



Em 2013, Liz Harris nos presentou com o que podemos considerar o disco mais belo de sua carreira. The Man Who Died In Hi Boat é o melhor exemplar do que Harris nos proporcionou até hoje fazendo o que sabe de melhor: nos hipnotizar com sua delicadeza cinzenta. Híbrido, entre o amargo e o sublime, o novo disco de Grouper é uma viagem para se fazer de corpo e alma através dos fones onde mergulhamos em algo que oscila entre a tristeza e beleza da simplicidade.



#06

Jannele Monáe - The Electric Lady


Vista uma roupa preta e branca, coloque o sapato de dança e vá pro salão. Se o ano de 2013 foi um ótimo ano para o R&B, como dito anteriormente, The Electric Lady, de Janelle Monáe, é mais um ótimo exemplo disso. Em um álbum conceito, onde a história ganha narrações ao estilo programa de rádio e possui interlúdios e suites usadas como subdivisões do disco - o que dá um charme a mais à obra - participações com Solange, Miguel, Erykah Badu e Prince são a cereja do bolo para um disco cheio de swing do começo ao fim. Uma boa trilha sonora para dançar de maneira elegante, seja com os pés no chão, ou se remexendo no lugar. Contagiante!




#05

Justin Timberlake - The 20/20 Experience


Confesso que antes de fechar a lista fiquei penando se realmente este disco entraria numa posição tão alta. Porém, como visto, achei sim que merecia. Apesar de errar um pouco na longa duração de boa parte das faixas, Justin Timberlake trouxe um disco Pop que namora o R&B de uma maneira fina, o que faz de The 20/20 Experience (primeira parte, pois a segunda é bem abaixo em qualidade) aquela dose Pop que e é necessária para nós, mas sem ser o dançante fútil e vazio. Com bons singles e um clima envolvente e refinado de início ao fim, o disco mostra um amadurecimento de JT, com uma nova roupagem - figuralmente e literalmente.



#04

My Bloody Valentine - m b v


O mesmo momento de reflexão, quanto à posição merecida, aconteceu aqui com m b v. Entretanto, notei que estava penando com uma cabeça comparativa entre as demais obras do My Bloody Valentine, e isso rebaixava o atual disco para os anteriores Isn't Anything e a obra prima Loveless. Porém, m b v ainda se mantinha sendo uma obra lapidada (e cozinhada em um banho maria de 22 anos) por Kevin Sheilds e companhia, e isso bastava para se mostrar superior à grande parte dos álbuns lançados no ano de 2013. Resultado, quarta posição para mais uma boa, mas não genial, obra dos irlandeses e dinossauros do Shoegaze. 

#03

Savages - Silence Yourself




Visceral. Eis um bom adjetivo para o disco de estreia das garotas londrinas do Savages. Misturando um Post-Punk carregado nas linhas de baixo e um vocal que se assemelha, e muito, ao de Siouxsie Sioux o resultado é uma sonoridade que fisga e te ata, te fazendo refém de suas notas. Com hits que vão desde um ar blasé à uma energia quase violenta - no sentido bom da palavra- a banda explora bem as vertentes dos estilos oitentistas e com isso conquistou críticas e os curadores de diversos festivais ao redor do mundo. 




#02

CHVRCHES - The Bones Of What You Believe


Cada vez nota-se um mais do mesmo, uma mesmice sem sal nas banda de Electropop/Synthpop. Bases sempre parecidas e pouca inovação em estrutura são comumente vistas, o que acaba tornando os discos internamente iguais, e em comparativos com os demais acontecendo o mesmo. Felizmente, o trio de Glasgow, CHVRCHES, fugiu disso. Apresentando um álbum que trabalha um Electropop menos engessado e paradigmático, a banda ainda dosa corretamente o toque Pop que faz da obra "doce" na medida certa. Se com o EP lançado no ano passado os singles já figuravam como hits, no disco de estreia estes mesmos voltam e são adicionados de mais faixas, sendo algumas de tão boa qualidade e potencial de hit. Ao final, temos um disco formado por cinco ou seis faixas hits - uma mérito nem um pouco fácil de se obter - e tudo isso sem enjoar o ouvinte, o que resulta numa audição prazerosa e convidativa para o repeat. 


#01

Tyler, the Creator - Wolf


Tyler, the Creator veio aos poucos solidificando sua carreira e acumulando elogios. Eis que em seu terceiro disco, Wolf, o rapper, usou muito bem seu lado de produtor e fez um dos discos mais bem produzidos do ano, o que foi um ponto a mais para levá-lo ao topo desta lista. O disco conta a história de Tyler e seus alter egos, Wolf e Sam, cada um com sua personalidade e que são personagens narradores durantes as faixas. Passando desde temas pessoais e sentimentais até a famosa temática gangsta de rua típica dos anos 90 nos Estados Unidos, Tyler consegue interligar as músicas de uma maneira que se faz como um mural de sua ambientação, passando desde problemas internos quanto com o que acontece em sua volta. Forte em sentimentos, em expressão e interpretação do rapper, Wolf pode ser tido como o melhor trabalho do ex-membro da OFWGKTA, e modestamente, ganha o prêmio de melhor disco do ano de 2013 aqui pelo Indie Shoe. 


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

SP Popsfet apresenta: Winter



Gringa, mas com um toque brasileiro, a banda Winter desembarca em São Paulo, e traz consigo seu som ensolarado, assim como o clima da cidade sede da banda, Los Angeles. 

O quarteto, que tem como vocalista a brasileira, mais precisamente curitibana, Samira Winter, tem pouco mais de um ano de idade, e se formou em Boston - Atlanta, nos Estados Unidos, mas logo se mudou para a Califórnia, mais precisamente em Los Angeles. A banda possui apenas um EP, intitulado Daydreaming, lançado no mesmo ano de surgimento do grupo, onde apresentou para o público seu Dream Pop melodioso e com forte carga Pop endossado pelo vocal doce de Samira. Mais recentemente, no começo deste ano, o grupo lançou mais duas faixas, tidas como "faixas de verão" pelos mesmos, e anunciou que irá lançar ainda em 2014 seu primeiro disco de estúdio. 

Boa pedida para fãs de um som etéreo e delicado, o show do Winter tende a ser ainda mais interessante ao ser executado no famoso porão do Espaço Cultural Walden, que deixas as apresentações mais intimistas e com cara de show na garagem de amigos. Além da banda de Samira, teremos completando o lineup a bandas paulistas Magic Crayon - que abriu show da Beach Fossils em Curitiba -, a recém criada The West Dream com seu som Lo-Fi e Kid Foguete que auto intitula seu como como "Dirty Pop".

A venda de ingressos começa amanhã (17/12) à partir das 9h (Horário de Brasília) pelo site Rockin´Chair, e a apresentação está marcada para o dia 24 de Janeiro de 2014. 

Reserve a data, e deixe o Winter dar, ironicamente, seu som primaveril, que se já nos encantam os ouvidos, irão nos encantar ao olhos, em sua apresentação ao vivo.

Serviço:

SP POPFEST
Quando: 24 de Janeiro de 2014
Onde: Espaço Cultural Walden, 119 - Praça da República - Centro - São Paulo/SP
Com: Winter, Magic Crayon, The West Dream, Kid Foguete
Quanto: R$ 25 (antecipado), R$ 30 (na porta)
Venda antecipada: A partir de 17/12/2013 no site Rockin´Chair





quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Chromatics (Ray-Ban Envision Tour) @ Grand Metrópole- São Paulo



A noite da última quarta-feira em São Paulo fugiu do comum, fugiu do óbvio, do chegar em casa desatando o nó da gravata e tentando esfriar a cabeça para mais um dia de trabalho no dia seguinte. A noite prometia música boa, e de graça, no evento da Envision Tour, promovido pela marca de óculos mundialmente famosa, Ray-Ban. 

A grandeza do Grand Metrópole, com seu pé direito alto, lustres, tapetes vermelhos, escadarias, espelhos, lounge ao ar livre com direito a sofás, - o que faz da casa uma das melhores escolhas para eventos e shows na cidade - foi engradecido com open bar, sorvete e pipoca, dando apenas um toque a mais para o evento que estava para começar. 

Esquentando a pista, e escadarias, transformadas em mini sacadas, do antigo cinema, Blaine Harrison e William Rees da banda Mystery Jets, assumiram as pickups para um DJ set com boas seleções de música, como His Girl, do Friends e Reflektor, do Arcade Fire - sendo este o momento de maior comoção do público que aguardava o quarteto do Chromatics subir ao palco. 

Quando nos aproximávamos da uma hora da manhã subiam ao palco Johnny, Adam e Nat para os primeiros acordes do show. A música escolhida foi a densa Tick of the Clock, que teve sua duração reduzida e serviu como uma introdução tanto para a banda quanto para a entrada da bela e delicada Ruth.

Logo de cara a banda apostou em dois sucessos de sua carreira, Lady e Kill For Love, esta hit do último álbum e momento onde boa parte do público cantava a plenos pulmões. Tal fato foi até uma surpresa e mostrou que uma parte considerável dos presentes estavam interessados realmente no show da banda, atração que tinha atenção dividida por muitos com o open bar, com muitos passando pra lá e pra cá durante todo o show com seus copos de bebidas na faixa e que atrapalhavam a experiência dos que estavam para apreciar a apresentação. 

Com Ruth demonstrando uma alegria tímida entre sorrisos doces, a banda desempenhava um bom show tecnicamente e dando ainda mais vida para a músicas que até então os fãs brasileiros só puderam conferir em versão de estúdio, visto que esta foi a primeira apresentação do grupo no Brasil. O set list muito bem construído ainda traria uma bela sequência com These Streets Will Never Look the Same, esta na voz de Adam,  I Want Your Love  e a linda versão de Running Up That Hill, originalmente de Kate Bush. Outros dois covers seriam apresentados: a clássica, e que virou um clássico também do Chromatics, Into The Black (Hey Hey, My My) do Neil Young e Blue Moon, clássica canção eternizada por vozes como de Elvis Presley e Frank Sinatra, sendo essa cantada apenas com uma leve base instrumental ao fundo e com Ruth sozinha no palco, abrindo o encore que presenteava o público com um pouco mais do lindo show de Post-Punk misturado a um Synthpop que o quarteto tão bem sabe fazer. 

Ainda melhor que em versão de estúdio, a banda soube criar uma atmosfera que oscilava entre o sublime e o denso, e que era auxiliada pelos jogos de luzes hora escuros e horas com explosões de luzes brancas. O resultado foi um show que para os fãs (não muitos, mas também não tão poucos) completarem a experiência que vinham carregando ao longo das audições feitas dos discos da banda. Infelizmente, como todo evento gratuito, sempre há os que tratam o show como uma balada, e usam a música como plano de fundo para se fecharem em círculos para conversarem, xavecarem, tirarem fotos e buscarem bebida no bar de dois em dois minutos. Entretanto, felizmente notou-se que um bom número que aparentemente não conhecia Chromatics foi contagiado pelo clima e o som do grupo e se entregou ao show, e muito provavelmente saiu de lá com uma vontadezinha de conhecer um pouco mais dessa ótima banda, e que está mais do que convidada para voltar em breve.





sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Bandas Novas: The Hypnotic Eye



"Flower Punk". É assim que o quinteto (ou seja, precisam tirar novos fotos, porque só temos fotos com os quatro)  londrino do The Hypnothic Eye auto-classifica seu som.

O que seria um Flower Punk? Bom, ao ouvirmos as faixas do EP homônimo à banda, descobrimos uma sonoridade meio suja que fica entre o que pode ser chamado de Surf Music ou de Psicodelia sessentista, com direito a algumas linhas de mellotron à la The Doors em algumas faixas. 

A banda, que nasceu ainda este ano,acabou de lançar seu LP de estreia, The Optical Sound Of, que foi gravado nada mais nada menos que no Electric Lady Studios - estúdios de gravação criado por Jimi Hendrix - e recebe a banda, também inglesa, The Horrors para uma parceria na faixa Marianne - uma baladinha Power Pop para as meninas dançarem rodando a barra do vestido e o rapazes desafrouxarem a gravata do terninho. 

Composto por Annie Bea, dando um clima sexy e cativante com um toque charmoso vintnge, Lindsay Murray nas guitarras e vocais rasgados, Oliver Tobin nas teclas sessentistas, Coz Kerrigan na bataria sólida, simples e bem executada e Joseph Whitney-Fish com linhas sóbrias no baixo, o quinteto resgata a década de 60 com uma visão mais densa e, com perdão do trocadilho, hipnótica. 

Fique de ouvido e olhos atentos, e se deixe ser hipnotizado pela viagem do The Hypnothic Eye.